3558/2022
Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 14 de Setembro de 2022
1931
informação de que o reclamante não se recorda da ocorrência de
vaca que tem os pés amarrados é a que força a vaca que está na
coice de vaca e que chegou desacordado ao hospital, com base no
frente, tentando se deslocar; que nesse momento o ordenhador
quesito nº 4 do reclamante, o relatório do SAMU traz alguma
não ultrapassa a cerca; que para colocar a peia o trabalhador
evidência que possa confirmar a existência de coice de vaca ou
que está na atividade de ordenha passa o braço por trás das
tratou-se de hipótese diagnóstica sugerida no momento do
pernas traseiras do animal, ou seja, não passa o braço, mas
resgate à míngua de outras informações? O documento de
joga a corda e já pega com a outra mão na parte da frente das
folhas id b7c416b traz dúvidas (sinal interrogação) acerca da
pernas traseiras do animal; (...) que como o reclamante já tinha
hipótese coice de vaca? Há outro elemento nos autos que confirma
experiência, já chegou lá treinado, não foi falado a ela essa
a ocorrência do coice de vaca?
questão da peia; que não é preso o rabo da vaca; que o sacador
Resposta: O relatório do SAMU não traz evidência concreta que
automático é justamente para não incomodar a vaca, não deixa ficar
confirme a existência de coice. Sim. Não."
sugando depois que termina o leite; que quando tem muito dejeto,
Reitero que do trabalho pericial médico também se infere que o
são retirados com uma vassoura; que o piso do fosso fica molhado,
autor não tem certeza de que sofreu um coice de animal no
às vezes, porque é lavado, sendo que o piso é antiderrapante; que
momento da queda.
o piso do fosso da ordenha foi construído há seis ou oito anos,
O documento de id. f594d31, por seu turno, indica que o autor
aproximadamente; que em alguns lugares o piso se apresenta
recebe o benefício previdenciário de auxílio doença comum, B-31.
gasto, na propriedade do depoente, mas mesmo em tais locais
Noutro giro, a prova oral é coerente com as informações extraídas
não escorrega"
dos trabalhos periciais (id. 6cea4ce). Veja-se que oautor afirmou, a
A testemunha ouvida a rogo do primeiro reclamado confirmou:
respeito:
"que trabalha para o 1º reclamado há seis anos, na função de
"que no momento do acidente quem estava com o depoente era
retireiro; que trabalhou com o reclamante; que o reclamante tinha
Dico; que não sabe o nome correto do Dico; que Dico trabalhava
experiência na função; que as vacas entravam num corredor, era
com o depoente; que quem chamou o socorro foi o 1º reclamado;
feito o teste do caneco, depois vinham com papel toalha secando e
que não se lembra se o 1º reclamado foi ao hospital; que o
depois já era feita a ordenha; que nunca presenciou alguém levando
depoente foi para amarrar os pés da vaca e aí apenas sentiu a
coice na fazenda do reclamado e nunca presenciou lá acidente do
pancada; que as vacas ficam num corredor no momento da
trabalho; que no local da ordenha existe a cerca de madeira, que
ordenha; que existe a cerca de madeira, sendo que é aquela
tem a finalidade de evitar que a vaca dê coice no trabalhador;
que o perito tirou a foto; que trabalhou como retireiro para o pai de
que o depoente estava no local, junto com o reclamante, dentro
José Ariosto de Oliveira Vilela, antes de ir trabalhar para os
do fosso de ordenha, sendo que o reclamante passou a corda
reclamados".
na vaca e na hora em que puxou assim caiu para trás; que a
O primeiro reclamado acrescentou:
corda, naquele momento, escapuliu da mão dele e ele caiu para
"que foi o depoente que prestou o primeiro socorro ao
trás; que a vaca não se mexeu, na ocasião; que o 1º reclamado
reclamante; (...) o reclamante foi encaminhado ao hospital Santa
foi chamado e socorreu o reclamante na hora; que havia
Casa de Itaguara e o depoente o acompanhou, sendo que o
fornecimento de material de segurança, ou seja, botas; que não
depoente não foi na ambulância, mas sim no veículo particular; que
havia mais ninguém presente no dia do fato; que o depoente viu o
nesse acompanhamento foi o depoente quem prestou as
acidente; que só nessa vaca é que foi colocada a peia; que são seis
informações no hospital junto com o pessoal do Samu que retirou o
vacas na ordenha, cada vez; que eram mais ou menos cento e dez
reclamante do local na fazenda; que quando o depoente chegou
vacas no total para ordenhar; que a segunda imagem que está no
ao local, no fosso de ordenha, o reclamante já estava caído,
laudo pericial de id c7261f1, página 16 do referido documento, onde
sendo que ele estava consciente, mas nervoso; que havia cem
aparece o sistema de ordenha já acoplado nos tetos da vaca, as
animais em lactação e a ordenha era realizada naquele local; que
cordas que aparecem no lado esquerdo são as "peias"; que quando
são dois corredores e em cada um cabem seis animais, sendo que
existe alguma vaca que fica querendo afastar é utilizada a peia, se
existem seis conjuntos de ordenha naquele fosso; que enquanto
precisar; que o depoente estava na frente do reclamante e o
estão ordenhando seis outros seis animais estão sendo preparados
reclamante estava mais para trás do depoente, cerca de meio
para a ordenha; (...) algumas vacas têm as pernas amarradas com
metro; que o depoente estava colocando a ordenha naquele
cordas, ou seja, "peia", uma vez que às vezes as vacas se
momento, sendo que tinha que olhar para os tetos da vaca,
movimentam ali, porque tem um cochinho onde se alimentam; que a
sendo que viu que o reclamante caiu para trás; que peiavam
Código para aferir autenticidade deste caderno: 188707